A amizade que ultrapassa a diretoria

Em entrevista ao Men's Health, David Beckham, co‑proprietário do Inter Miami, confessou que os principais nomes do elenco – Lionel Messi, Luis Suárez, Jordi Alba e Sergio Busquets – o chamam constantemente para se juntar aos treinos. "Eles ficam me assediando: ‘Leo, Luis, Jordi, Sergio… vem cá, vem jogar!’", contou o ex‑campeão da Premier League, que tem quase 50 anos e está fora das quatro linhas há mais de dez.

Beckham admitiu que ainda sente a força dos seus famosos chutes de falta, mas a idade e a falta de ritmo deixam a prática mais difícil. Ainda assim, ele se sente lisonjeado com o convite dos jogadores, que veem nele um símbolo da história do futebol e, ao mesmo tempo, um companheiro de descontração nas sessões de aquecimento.

O clima interno do Inter Miami

O clima interno do Inter Miami

O clima que se forma no clube é quase um laboratório de nostalgia e competitividade. Segundo Beckham, os antigos campeões do Barcelona formam um grupo que combina o profissionalismo da elite europeia com a leveza típica da cultura de Miami. Eles não só treinam juntos, mas também compartilham momentos fora do gramado, como a festa de 50 anos de Beckham, onde todos compareceram de smoking.

Além das brincadeiras nos treinos, a camaradagem se estende ao campo. Quando o Minnesota United publicou pérolas provocativas nas redes sociais após vencer o Inter Miami por 4 a 1, Beckham entrou em cena defendendo o respeito e a elegância, lembrando que o futebol deve ser jogado com dignidade, independentemente do resultado.

O relacionamento entre Beckham e Messi tem raízes que vão além da atual parceria. O último encontro entre os dois jogadores em 2013, na Champions League entre Barcelona e Paris Saint‑Germain, marcou um ponto de virada para Beckham, que contou ter decidido encerrar a carreira ao ver Messi cruzar a linha de fundo em velocidade impressionante. "Provavelmente me aposentei quando Messi passou correndo por mim", relembrou ele em entrevista ao Sky Sports.

Hoje, o duo revê essa história em um cenário completamente diferente: Beckham como investidor e embaixador, Messi como astro em plena forma. O fato de que o craque argentino ainda insiste para que o ex‑jogador inglês participe das atividades mostra o quanto o respeito mútuo ainda pesa mais que os títulos.

Mesmo com a delegação de treinadores liderada por Javier Mascherano, o Inter Miami tem mantido uma trajetória invicta na Conferência Leste, o que reforça a ideia de que a união de gerações pode gerar resultados positivos. A presença de Beckham nos treinos, ainda que seja apenas para brincar, parece trazer um tempero extra que motiva o grupo.

Para o público, a ideia de ver Beckham, ainda que em chuteiras, ao lado de Messi e companhia, cria um espetáculo à parte. É a fusão de duas eras: o glamour dos anos 2000 de Beckham e o brilho contemporâneo dos cinco Ballon d'Or de Messi. Essa combinação alimenta a narrativa de que o Inter Miami não é apenas um clube da MLS, mas sim um ponto de encontro de lendas que ainda têm muito a oferecer ao futebol.

Enquanto os torcedores aguardam a próxima partida, a expectativa não se resume apenas ao placar. Muitos querem assistir a um momento em que Beckham, ainda que cansado, aceita o convite de Messi e corre ao lado dos astro, provando que, no mundo do esporte, a amizade pode ser a maior vitória. David Beckham permanece, assim, como ponte viva entre passado e presente, mostrando que a paixão pelo jogo não tem data de validade.