Mudanças táticas de Sampaoli

Na noite de sábado, no estádio Arena MRV, o técnico argentino Jorge Sampaoli fez um trueque ousado na formação do Atlético Mineiro. Ao invés de contar com o usual camisa 9, Hulk, ele escalou Bernard, um atacante que havia ficado à margem nas últimas partidas. A decisão gerou surpresa entre torcedores e pundits, que esperavam ver o capitão do ataque no 9º minuto.

Além de Bernard, Sampaoli trouxe ao onze titular Caio, Biel e Rony. O trio substituiu nomes consagrados como Gustavo Scarpa, Guilherme Arana e o próprio Hulk. A ausência de Alexsander, que sofreu lesão muscular, forçou a reconfiguração do meio‑campo, abrindo espaço para o retorno de Natanael e Junior Alonso, ambos cumprindo suspensão na rodada anterior.

A linha defensiva ficou com Everson entre os postes; Natanael, Lyanco, Junior Alonso e Vitor Hugo completaram a zaga. No meio, Caio, Alan Franco e Igor Gomes foram encarregados de dar apoio ao ataque, enquanto Bernard ficou como referência avançada, com Biel e Rony na frente.

Na lista de reservas, nomes de peso como Gabriel Delfim, Robert, Ruan, Iván Román, Arana, Fausto Vera, Gabriel Menino, Scarpa, Reinier, Cadu, Dudu, Junior Santos e, principalmente, Hulk, esperavam a oportunidade de entrar. O técnico optou por manter a equipe titular até o intervalo, confiando na nova estratégia.

Jogo e consequências

Jogo e consequências

O plano de Sampaoli deu frutos rapidamente. Vitor Hugo, recém‑integrado ao elenco, balançou as redes aos oito minutos, colocando o Atlético na frente. O gol trouxe confiança ao elenco, mas o clima se transformou quando Junior Alonso recebeu um cartão vermelho ainda no primeiro tempo, após cotovelar o atacante Danielzinho, do Mirassol.

Com a equipe reduzida a dez homens, o técnico precisou reavaliar a postura tática. Mesmo sob pressão, o Atlético soube proteger a vantagem e controlar o ritmo do jogo, contando com a disciplina defensiva de Lyanco e a velocidade de Biel nas transições.

O drama não acabou. Na segunda metade, o jovem Junior Santos sofreu uma lesão e teve de ser substituído, reduzindo o time a nove jogadores. A cena emocionou a torcida, que viu o atleta chorando ao ser consolado pelos companheiros. Apesar da desvantagem numérica, o Atlético conseguiu segurar o placar até o apito final.

Essa vitória tem um peso simbólico para Sampaoli. Era a sua primeira conquista no Brasileirão desde que reassumiu o Atlético, depois de um empate contra o Santos e uma derrota para o Botafogo. O triunfo, embora estreito, traz alívio à campanha que parecia balançada na zona de repressão.

Na tabela, o clube subiu para a 14ª posição, acumulando 25 pontos e ganhando algum fôlego longe do descenso. Enquanto isso, o Mirassol manteve a 4ª colocação com 42 pontos, mas ainda sente a pressão de adversários como Botafogo, que segue próximo.

O próximo desafio do Atlético está marcado para terça‑feira, quando receberá o Juventude na 26ª rodada. A expectativa agora é ver se Sampaoli manterá a confiança depositada nos jogadores que pouco entraram na partida e se o esquema adotado contra o Mirassol será replicado em busca de mais três pontos.