
Reviravolta no Allianz Park
O Allianz Parque se transformou em palco de drama e emoção nesta quarta-feira. O Palmeiras precisou superar um primeiro minuto desfavorável para garantir o avanço à próxima fase da competição continental. O River Plate abriu o placar antes dos dez minutos, graças a uma cobrança de escanteio bem trabalhada que encontrou Salis na área e o colocou na frente.
O início prematuro colocou a torcida verdinha em alerta máximo. Enquanto o clube buscava a resposta, o arqueiro Armani, do River, se mostrou impassível, fazendo defesas que impediram o empate nas duas primeiras metades de jogo. A situação parecia favorecer o time argentino, que já tinha a vantagem de 2 a 1 da partida de ida realizada em Buenos Aires.
Entretanto, ao iniciar o segundo tempo, o Palmeiras encontrou o momento certo para reagir. Aos cinco minutos da segunda etapa, Piquerez cruzou da esquerda com precisão cirúrgica e Vitor Roque, que havia entrado como reserva, chegou a tempo de cabecear firme, empatando a partida em 1 a 1. O gol marcou o ponto de virada e acabou desestabilizando a confiança do River.
Com o empate, a energia da torcida explodiu. Os cantos ensaiados e as bandeiras agitadas criaram um ambiente intimidante, que pareceu puxar o Verdão para frente. A partir daí o ritmo mudou: o Palmeiras passou a controlar a partida, criando oportunidades e pressionando a defesa adversária.
A segunda metade viu a equipe de Abel Ferreira ampliar o placar. Aproveitando uma sequência de passes curtos e rápidos pelo meio-campo, o atacante Dudu recebeu em profundidade e bateu forte, aumentando a vantagem para 2 a 1. Poucos minutos depois, o atacante Gabriel Menino, aproveitando um rebote dentro da área, selou o placar em 3 a 1, anotando o gol que deu o selo definitivo à classificação.

O caminho para as semifinais
Ao avançar, o Palmeiras celebra sua 12ª presença nas semifinais da Libertadores, um feito que reforça a tradição do clube nas competições sul-americanas. O técnico Abel Ferreira, que havia mantido a mesma escalação da partida de ida, explicou que a decisão visava preservar a coesão e o entrosamento da equipe. "Manter a mesma base nos dois jogos cria um vínculo que é essencial em confrontos de mata‑mata", afirmou o treinador em entrevista pós‑jogo.
Essa escolha demonstrou ser acertada. O Palmeiras, que disputa a Série A do Brasileirão, venceu recentemente o Fortaleza por 4 a 1 usando um time reserva, mas não arriscou mudar a formação para a partida decisiva na Argentina. A confiança depositada nos titulares gerou segurança nas trocas de passes e na marcação, aspectos decisivos contra um River Plate bem organizado e disciplinado.
Do lado argentino, o técnico Marcelo Gallardo viu seu plano abalado quando a equipe não conseguiu converter a vantagem inicial em controle do jogo. As defesas de Armani foram notáveis, mas a falta de gols nos momentos críticos deixou o River em desvantagem. A necessidade de vencer por dois ou mais gols para avançar acabou se mostrando impossível diante da reação palmeirense.
Com a vitória, o Palmeiras agora volta sua atenção para o próximo adversário nas semifinais. A expectativa dos torcedores é alta, já que a equipe tem demonstrado consistência tanto em competições nacionais quanto internacionais. A combinação de um elenco experiente, jovens promissores como Vitor Roque e a direção técnica firme coloca o clube em posição favorável para lutar por um título histórico.
Enquanto isso, a torcida celebra o feito. Nas ruas de São Paulo, bandeiras verdes e brancas continuam a balançar, e os cânticos se estendem até altas horas da noite. Para os fãs, o caminho até o título da Libertadores parece mais próximo, ainda que ainda haja duas fases a percorrer.
O que ficou claro é que a capacidade de reverter situações adversas, aliada à disciplina tática e ao apoio incondicional da torcida, foi decisiva para que Palmeiras garantisse a vaga nas semifinais e mantenha viva a esperança de levantar o troféu continental.